Mudanças climáticas ameaçam animais ao redor do globo, mas nem todas as espécies estão sob um mesmo risco. Anuros e lagartos tropicais são extremamente diversos e especialmente vulneráveis a extinção em um mundo cada vez mais quente e seco. Em ambientes florestados há uma grande variação de microclimas, que oferecem oportunidades para termoregulação além de exercer pressões seletivas diferenciadas na fisiologia de organismos que utilizam diferentes microhabitats. O objetivo principal desse trabalho é clarificar como o clima e seleção de microhabitat influencia a evolução de caracteres fisiológicos em anuros e lagartos, com enfoque em arborealidade. O dossel da floresta tende a ser mais quente e seco do que o solo, e também apresenta maior variação de temperatura ao longo do dia. Essas diferentes pressões seletivas devem resultar em caracteres fisiológicos diferentes entre organismos arbóreos e terrestres. Para compreender as estratégias que permitem que vertebrados ectotérmicos vivam no dossel das florestas tropicais é necessário determinar como os caracteres fisiológicos evoluem em resposta a diferentes temperaturas e umidades e como o comportamento de seleção de microhabitat permite que anuros e lagartos evitem condições desfavoráveis para o se funcionamento. Eu vou coletar dados detalhados sobre variação microclimática do solo ao dossel, caracterizar o uso de microhabitat em anuros e lagartos na dimensão vertical da floresta e utilizar métodos comparativos filogenéticos para caracterizar as taxas e padrões de evolução de fisiologia térmica e de balanço hídrico. Esse trabalho vai preencher lacunas importantes no conhecimento, e também proporcionar informações importantes para compreender como a vulnerabilidade a mudanças climáticas está distribuída ao longo da filogenia de anuros e lagartos.