Vivemos em um mundo onde rápidas mudanças ambientais, promovidas principalmente por ações antrópicas, vêm influenciando profundamente os padrões de distribuição espaço-temporais da biodiversidade. Nesse contexto, banco de dados temporais do monitoramento da biodiversidade são de grande valia para melhor entendermos como a biodiversidade responde a diferentes distúrbios antrópicos. Com tais informações em mãos poderíamos responder a seguinte pergunta: assembleias de localidades degradadas apresentam dinâmica temporal similar a assembleias de localidades preservadas? De fato, essa pergunta tem sido alvo de inúmeros estudos de ecólogos e biólogos da conservação. No entanto, resultados contrastantes vêm sendo reportados. Por exemplo, enquanto alguns estudos encontram perda de diversidade ao longo do tempo em localidades degradadas outros tem encontrado ganho de espécies (em sua maioria introduzidas). O Projeto de Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) fornece um excelente cenário para investigar como a dinâmica temporal de comunidades biológicas respondem a degradação do habitat, especificamente a degradação florestal. Esse é um dos principais objetivos desse projeto. Para isso, iremos trabalhar com assembleias de peixes de riachos. Em 2013, 14 riachos foram amostrados em diferentes tipos de vegetação (floresta contínua, capoeira e fragmento florestal). Planejamos amostrar mesmos riachos em 2023 para comparar com os dados de 2013 e assim, investigar como assembleias de peixes de riachos responde a fragmentação florestal ao longo do tempo.